Gravidez na adolescência: o que mais é preciso saber?

Gravidez na adolescência: o que mais é preciso saber?

A cada ano um número gigantesco de adolescentes engravida no nosso país. E a pergunta que muitas pessoas se fazem é: por que isso ainda ocorre, se há tanta informação disponível na atualidade sobre como evitar a gravidez fora de hora? Há infinitas explicações para isso, mas talvez um dos principais motivos seja o seguinte: só informação não basta.

Vivemos em um mundo em que há um bombardeio das mais variadas informações, sendo a internet uma enorme fonte de conteúdo. Mas não adianta apenas saber algo: cada adolescente precisa conseguir relacionar as variadas descobertas a cada situação da própria vida. E, principalmente, ver sentido para colocar as coisas em prática.

Explico melhor: muitas vezes o jovem tem uma dúvida sobre como evitar a gravidez, consegue a informação que procurava, mas não consegue nem sabe muito como colocar isso no seu dia a dia. Falta o quê? Talvez amadurecimento para lidar com toda a complexidade que é viver as relações sexuais, além de tranquilidade, agilidade e jogo de cintura para buscar ajuda de especialistas sempre que necessário.

Preservativo e pílula juntos: dupla infalível

Por exemplo: usar um método anticoncepcional como a pílula aliada à camisinha é, segundo os médicos, a dupla infalível para evitar a gravidez fora de hora. Assim o casal estará prevenido também contra as doenças sexualmente transmissíveis, como a Aids e outras mais. Mas (e aí é que eu digo que informação apenas não basta) como fica na prática o uso da pílula, ou de outro método anticoncepcional? Será que bate um esquecimento vez ou outra? Ou uma crença de que “comigo não vai acontecer nada”? Ou até mesmo uma preguiça de ir ao ginecologista (e retornar quantas vezes forem necessárias) para escolher com ele o método mais adequado para si?

Mais do que isso: será que não bate um medo de lidar com questões como essas, que chega até a impedir ou sabotar o plano de praticar sexo seguro e livre do risco de gravidez?

O lado emocional da gente é muito poderoso, e se conscientizar das informações adquiridas talvez seja tarefa muito mais árdua do que se possa imaginar. É um desafio, por exemplo, entender e acreditar que maternidade e paternidade na adolescência podem interferir em todo o projeto de vida do jovem: nas exigências do seu dia a dia e nos seus planos futuros como um todo.

A vida certamente será diferente com a chegada de um filho ou uma filha. Por mais lindo e fofo que esse bebê seja, é importante saber, de verdade, que ele não é uma boneca. É um indivíduo em desenvolvimento, que requer cuidados, atenção, disponibilidade e boas doses de amadurecimento dos pais. Isso é, sem dúvida, muita coisa para o adolescente enfrentar nesta etapa de vida em que está.

Camisinha feminina também é uma opção

Viver a adolescência não é fácil. Essa é uma fase marcada por imensos desafios e dilemas, entre eles o existencial, o profissional e o sexual. Descobrir o que fazer da vida e como lidar com as variadas situações são tarefas que trazem não só curiosidade, interesse e desejo, mas também angústias, medos e ansiedades.

É justamente por ser uma fase delicada que o jovem precisa pegar leve consigo mesmo em variados momentos, para não se exigir demais. E, ao mesmo tempo, usar toda a sua força para lidar com situações que exigem comportamento amadurecido, como a de evitar a gravidez fora de hora.

Não, não dá para “transar só uma vezinha” sem método para prevenir doenças e gravidez. Não, não dá para viver o sexo sem pesar bem os prós e os contras, se respeitar e se responsabilizar pelas próprias atitudes. E sim, é preciso se informar sempre, refletir sobre os aprendizados e se encorajar para coloca-los em prática.

E se por algum motivo ocorrer uma gravidez fora de hora? A dica é: calma! Ninguém precisa se desesperar. Vale buscar um adulto de confiança e um médico ginecologista para se orientar sobre como lidar com esse momento tão complexo.

E vale também abrir os olhos para tudo o que falamos aqui, e muito mais, a fim de não correr mais riscos em próximas vezes.